segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Flores da saudade

Começou aquela manhã. Uma promoção incrível no supermercado: sabonete preferido pela metade do preço! Precisava. Comprei um só, se tivesse levado mais dinheiro comprava mais. Escolhi uma fragrância não habitual: "Flores da Primavera".
Já de noite - era domingo, cheio cansativo e modorrento - a água escorria mesclada a espuma do sabonete. A saudade veio com o perfume.

Saudade... tentei lembrar da saudade...

A roupa esperando sobre a cama, o copo de nutella pela metade de dry martini, o banheiro da república, do apartamento, da outra república, da casa onde eu tomava banho novamente.

Um tempo só meu aquele tempo - expectativa e bolo de chocolate com cereja, dry martini com cereja, correr os corredores da cidade nas noites quase mornas da primavera.

"For winter's rains and ruins are over;
....... And all the season of snows and sins;
The days dividing lover and lover,
....... The light that loses, the night that wins;
And time remembered is grief forgotten,
And frosts are slain and flowers begotten,
And in green underwood and cover
...... Blossom by blossom the spring begins."


Inalei fundo a fragrância que desprendia do sabonete - o cheiro residual do álcool utilizado no processo de fabricação me lembrou as faxinas de terça-feira.

Aquele banho estava era rendendo para a companhia paulista de força e luz.




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