domingo, 27 de março de 2011

wayward east havens

longo estupor causado pela dor, negação, agonia, desespero, abismo vê seu fim... a seca poeirenta recebe sua primeira leve chuva e prepara as sementes adormecidas para as monções.

o arco já curvado ao fogo dos anos preparado para o retesar do fio.

o invisível dos anos que nos costura e segura nossas células renovando-se ao longo da mesma frequência.

olho a porta, ela me olha, me conta que os ferrolhos não existem a maçaneta não arde em chamas o tapete de boas vindas recém colocado ressoa almíscar e absinto

quase vejo as flores brancas espalhadas prontas para enroscarem-se nos dedos dos pés ressecados da longa caminhada... o sal grosso incenso o vinho e o banho

olho para a porta percebendo que não lhe lembrava as cores, pronta para abraçar a minha temperatura

eu nada sei queria saber para brilhar seus olhos de interesse, mas eu ardo em sol, mais uma vez, envolta na luz que a estrada me deu... do core pulsante das estrelas

as sempre verdes bebendo do gotejar dos riachos prestes a desarolhar torrentes

agora que a areia me brilha na memória eu suponho entender porque o mar me parecia gelar o horizonte luzidio me empurrava a falar ainda não, agora eu posso segurar os que eu amo e falar vamos comigo, eu pareço tão feliz agora que a paz renovou minha pele e não vejo mais as cicatrizes que pareciam existir

o ruflar das velas sendo içadas gaivotas gritando da cidade da noite de verão todas as cidades são desse mar sem fim do fio que costura, podemos nos recolher ao reduto e todo o fio se desenrola de lá