eu voltava pra casa a pé, como de costume.
tinha sido um dia cheio - casa, banco, papelada, trabalho trabalho trabalho.
foi aí que eu resolvi passar na frente da casa dela. afinal, era caminho.
eu passava lá na frente mesmo sabendo que ela não morava mais lá, eu passava lá na frente mesmo ela não sendo mais minha vizinha. não cruzava mais com ela na rua correndo pra faculdade enquanto eu corria pro trabalho.
ela foi a primeira menina legal que deu bola pra mim. meus colegas deram uma empurrada, claro, mas cara, ela tinha namorado, isso era fo-da.
pra ela, ela não estava nem aí. ela me queria justamente porque não queria o namorado. ela me queria porque queria se livrar do namorado por outro.
era isso que eu achava.
eu traí todas as minhas ex-namoradas por ela. ela também.
foi assim que começou. eu, ela e as amigas bêbadas dela. ela estava lá por outro - eu só estava lá por ela. os dezesseis anos dela me fascinavam, ela falava bonito, cantava pra mim, tinha aqueles olhos grandes cor de licor de chocolate, os cabelos dela tinham várias cores.
foi um dia de sol, sol, sol, lago e floresta. ela tinha medo das árvores, do vento, de tudo, e nada ao mesmo tempo, ela me botava medo e isso era só mais uma parte do charme. eu nem sei quantas vezes eu a beijei, nem sei se foi no bosque, na beira do lago, na praça, na rua, na escada... na esquina da casa dela.
logo depois terminou a primavera bonita, começou o verão veio janeiro e as chuvas. e ela voltou. sozinha, de vinho, bebendo frisante em garrafa de cerâmica. pra mim, três dias, três noites.
ela me deu minha primeira noite. eu fui o primeiro dela, mas e daí? ela só estava lá pra curtir. eu fui lá e me derramei sobre ela, e ela me deu as costas, fria, esvoaçante.
aquela garota é uma bad trip - que eu não canso de tentar repetir.tinha sido um dia cheio - casa, banco, papelada, trabalho trabalho trabalho.
foi aí que eu resolvi passar na frente da casa dela. afinal, era caminho.
eu passava lá na frente mesmo sabendo que ela não morava mais lá, eu passava lá na frente mesmo ela não sendo mais minha vizinha. não cruzava mais com ela na rua correndo pra faculdade enquanto eu corria pro trabalho.
ela foi a primeira menina legal que deu bola pra mim. meus colegas deram uma empurrada, claro, mas cara, ela tinha namorado, isso era fo-da.
pra ela, ela não estava nem aí. ela me queria justamente porque não queria o namorado. ela me queria porque queria se livrar do namorado por outro.
era isso que eu achava.
eu traí todas as minhas ex-namoradas por ela. ela também.
foi assim que começou. eu, ela e as amigas bêbadas dela. ela estava lá por outro - eu só estava lá por ela. os dezesseis anos dela me fascinavam, ela falava bonito, cantava pra mim, tinha aqueles olhos grandes cor de licor de chocolate, os cabelos dela tinham várias cores.
foi um dia de sol, sol, sol, lago e floresta. ela tinha medo das árvores, do vento, de tudo, e nada ao mesmo tempo, ela me botava medo e isso era só mais uma parte do charme. eu nem sei quantas vezes eu a beijei, nem sei se foi no bosque, na beira do lago, na praça, na rua, na escada... na esquina da casa dela.
logo depois terminou a primavera bonita, começou o verão veio janeiro e as chuvas. e ela voltou. sozinha, de vinho, bebendo frisante em garrafa de cerâmica. pra mim, três dias, três noites.
ela me deu minha primeira noite. eu fui o primeiro dela, mas e daí? ela só estava lá pra curtir. eu fui lá e me derramei sobre ela, e ela me deu as costas, fria, esvoaçante.
ano após ano eu a encontro, ano após anos nós nos encontramos. feito conjunção de planetas. mas é que às vezes a face dela está voltada para o outro lado. todo ano ela é minha, todo ano ela me escapa, todo ano eu me afasto dela. todo ano ela é minha.